27 de Fevereiro, sábado, estava entre 5 da tarde e 7 da noite, foram apresentados por um amigo, só isso já bastaria para um começo de filme romântico, mas nem mesmo um filme poderia demonstrar o que acontecia naquele momento. Foi como uma tempestade que destrói tudo, mas dela não veio o caos, e sim, a cura. Não bastou somente as palavras, ele tinham de se ver, e então, nada mais importava, só importavam-se um com o outro.
Tudo era visto nos tons de cinza, tudo tão monótono, e de repente, suas vidas foram invadidas por um sentimento jamais experimentado, não tinha gosto, cheiro, nem mesmo forma, mas ambos sabiam que era maior que tudo.
Sonhavam em um dia se ver pessoalmente, poder se abraçarem, trocarem carinhos tão afoitos e desesperado, todo dia se falavam, ele já no colegial e ela no primário, já corria atrás de uma formação, uma carreira, e ela ainda no esqueminha casa-escola-cinema, mas isso não importava, o amor entre eles podia vencer tudo. Assim foi, por ela, esperou a vida inteira, já conhecia-a dos sonhos. Não podiam saber que o outro estava doente, que já vinha aquela aflição, de saber que não poderia fazer nada,somente olhar e esperar, qualquer hipótese de encontro já criava expectativas, incontáveis declarações, todo dia eram feitas um ao outro.
Amavam-se.
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