sexta-feira, 3 de junho de 2011

Descartando ciúmes.

O esforço em dizer que o céu está bonito, mas quando na realidade é um céu tempestuoso. O ardor do fogo daquele sentimento que corroe a alma, degenera a mente e destrói o discernimento. Concreto e errado porém tão pouco correto é ter o azar de sentir ciúmes. Quando sou eu a cochichar em seu ouvido palavras de amor, sinceridade e carinho e toda a resposta é um simples sorriso amarelado, demasiado estufado de sarcasmo e ironia, chego a inculcar-me da menos apropriada morte. Dou todo meu carinho, afeto e atenção, mais uma vez o sorriso amarelado, sarcástico e irônico, mas agora tem uma novidade. Ganhei um abraço, sem sequer emoção, ou um sinal simplório daquele calor emotivo que deveria acontecer.
Então, outro chega a ti e fala as mesmas palavras, não entrega o carinho ou a confiança e nem da-lhe amor. Só almeja a fornicação e então defenestra-te do pensamento e você entrega-lhe de braços abertos todos seus segredos, temores, paixões e de corpo e alma, atira-se naqueles braços fétidos e pútridos.
Agora já estou acomodado, sentei na poltrona do costume e não vou conseguir me levar depois que tiver as pernas e os braços quebrados. Agora encarniçado, atiro o ciúmes, o amor e todo o resto emporcalhado no lixo, para então queima-los junto a mim.
----------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ao som.

Acho que não sei mais como é o som do vento, sem que nele venha sua vos junto, devo tão pouco então, saber como é o som das ondas do mar, das folhas de uma árvore ao se debaterem, talvez, num esforço colossal eu lembre-me do som de quando as estrelas gritam.
Ouço - Tum Dum, Tum Dum, Tum Dum - é meu coração, quando perto de ti, longe, resta-me o silêncio. Logo tudo muda de ritmo, e fim, acabou-se a organização.
Não escuto mais nada, talvez um ínfimo ruído do rachar da alma, ou talvez seja somente eu, caindo em meu próprio temor. Pra que tudo isso? Adeus.
--------------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pequenino Rouxinol.

São cinco horas da manha, o sol já está nascendo, não dormi, não sonhei, não te vi.
Já é meio dia, ainda não comi, nem mesmo me levantei, continuo sem te ver.
Passa das sete da noite, e finalmente levanto-me, a cozinha, uma xícara de café, duas xícaras, três, quatro, minha nossa, agora são duas da madrugada, e não paro de pensar que não consegui te ver.
Vejo o sol nascer mais uma vez, e agora sim, posso dormir, veio até minha janela, um rouxinol, agora embala-me no sono, com teu canto tão suave.
Não vá agora, fique e cante mais um pouco, sua voz me acalma e me traz paz. Não venha me dizer que já vai, o dia mal começou. Tome, uma xícara de café, quem sabe assim eu te convença a ficar.
Por muito tempo o rouxinol, tão frágil e singelo permaneceu ao meu lado, na minha janela, acompanha meu sono, e finalmente sonho, com você, seu sorriso e toda sua graça, durmo por mais algumas horas, acordei com o silencio. Sem problemas, já tive minha chance de poder te ver uma ultima vez, antes que todo o mundo acabasse, e a mim, só restariam suas lembranças e a eternidade.
-----------------------------------------------------------------------------------------------

domingo, 3 de outubro de 2010

Esquecimento.

-Como era mesmo? Seu nome, não, não consigo lembrar...
-Desculpe, devo ir agora.
-Não,espere, deixe eu lembrar.
-Não tenho tempo a perder com você agora.
-Mas...
-Adeus.
-Por favor,uma chance.
-Vou pensar,mas não agora, deixe-me ir.
-Não posso, não sei ficar longe de ti.
-Problema seu.
-Por favor,não vá, eu preciso de você, eu fico confuso, não sou eu mesmo, mas quando estou perto de ti, quando me vejo refletido em seus olhos, tudo fica melhor, os problemas acabam, só o que me importa é você, e mais nada.
-Não sei se deveria te dar essa chance.
-Por favor, não sei o que fazer.
-Começar com um "desculpa" já é algo.
-Desculpa, desculpe-me, mil vezes, nunca pensei em...
-Ok, não precisa ser assim.
-Desculpe.
-Está bem ok? Eu ja te desculpei.
-Mas eu ainda não me desculpei.
---------------------------------------------------------------------------------
Pétalas

Quando era criança,sempre sonhei em um dia conhecer alguém com quem pudesse confiar,me deitar em seu colo e olhar para o céu a noite, com meus cabelos bagunçados. Agora veja, está acontecendo, não sei como reagir. Faço toda aquela pose, mas basta olhar para seus olhos, e então começo meu turbilhão de pensamentos, perco o sentido da fala e minhas pernas tremem.
Vejo as folhas caindo da macieira que um dia me amou, mas ela não me deu seus frutos nem suas flores. Simplesmente secou, murchou e esvaiu-se em dor e sofrimento. Queria eu provar uma ultima vez, a proteção da sua sombra, já não me é permitido tal, estou vendado, pelas pétalas de um jardim de tulipas, tão amarelas quanto as de uma singela gerbera de verão.
Já não respiro tão bem, muito menos consigo enxergar. Meu corpo danificado me impede, mas ainda tenho uma mente sã e um coração batendo, e muito forte. Vontade de dizer, gritar bem alto tudo que sinto, mas falta-me a coragem, e mesmo que a tivesse, o medo me dominaria, e então, eu não saberia o que dizer depois.
Me faltou a maturidade para admitir os erros, e mais ainda para arcar com as conseqüências daquilo que digo, penso e faço.
Um vicio que não quero botar fim. Pétala, que continue ai, curando-me de minha insanidade, aliviando minha dor, e me fazendo crescer.
--------------------------------------------------------------------------------------------

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

As chuvas de um dia de maio.

Está chovendo,a tal prazerosa.
Desde que acordei,estava ali presente,
a chuva tão fria e silenciosa.
A qual me deixa dormente.

Mesmo que acabe,não demora voltar.
A muito, já sinto teu toque.
que então me faz entrar,
num terrível estado de choque.

Chuva,tão fria que congela.
Teu belo arco colorido,hoje não saiu.
Então a noite chega,tão bela e singela.
O frio, de nada serviu.

Por ti tanto tempo esperei,
nascer novamente e então me acalmar.
Quem sabe,hora poderei e verei,
Teus raios abrirem o céu,e novamente,te amar.
------------------------------------------------------------------------------------

sábado, 14 de agosto de 2010

Quem sabe, alguma coisa.

27 de Fevereiro, sábado, estava entre 5 da tarde e 7 da noite, foram apresentados por um amigo, só isso já bastaria para um começo de filme romântico, mas nem mesmo um filme poderia demonstrar o que acontecia naquele momento. Foi como uma tempestade que destrói tudo, mas dela não veio o caos, e sim, a cura. Não bastou somente as palavras, ele tinham de se ver, e então, nada mais importava, só importavam-se um com o outro.
Tudo era visto nos tons de cinza, tudo tão monótono, e de repente, suas vidas foram invadidas por um sentimento jamais experimentado, não tinha gosto, cheiro, nem mesmo forma, mas ambos sabiam que era maior que tudo.
Sonhavam em um dia se ver pessoalmente, poder se abraçarem, trocarem carinhos tão afoitos e desesperado, todo dia se falavam, ele já no colegial e ela no primário, já corria atrás de uma formação, uma carreira, e ela ainda no esqueminha casa-escola-cinema, mas isso não importava, o amor entre eles podia vencer tudo. Assim foi, por ela, esperou a vida inteira, já conhecia-a dos sonhos. Não podiam saber que o outro estava doente, que já vinha aquela aflição, de saber que não poderia fazer nada,somente olhar e esperar, qualquer hipótese de encontro já criava expectativas, incontáveis declarações, todo dia eram feitas um ao outro.
Amavam-se.
--------------------------------------------------------------------------------------------