domingo, 3 de outubro de 2010

Pétalas

Quando era criança,sempre sonhei em um dia conhecer alguém com quem pudesse confiar,me deitar em seu colo e olhar para o céu a noite, com meus cabelos bagunçados. Agora veja, está acontecendo, não sei como reagir. Faço toda aquela pose, mas basta olhar para seus olhos, e então começo meu turbilhão de pensamentos, perco o sentido da fala e minhas pernas tremem.
Vejo as folhas caindo da macieira que um dia me amou, mas ela não me deu seus frutos nem suas flores. Simplesmente secou, murchou e esvaiu-se em dor e sofrimento. Queria eu provar uma ultima vez, a proteção da sua sombra, já não me é permitido tal, estou vendado, pelas pétalas de um jardim de tulipas, tão amarelas quanto as de uma singela gerbera de verão.
Já não respiro tão bem, muito menos consigo enxergar. Meu corpo danificado me impede, mas ainda tenho uma mente sã e um coração batendo, e muito forte. Vontade de dizer, gritar bem alto tudo que sinto, mas falta-me a coragem, e mesmo que a tivesse, o medo me dominaria, e então, eu não saberia o que dizer depois.
Me faltou a maturidade para admitir os erros, e mais ainda para arcar com as conseqüências daquilo que digo, penso e faço.
Um vicio que não quero botar fim. Pétala, que continue ai, curando-me de minha insanidade, aliviando minha dor, e me fazendo crescer.
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